domingo, 13 de novembro de 2011

"EX AMOR ETERNO"




Talvez, eu não tenha te tratado tão bem quanto você realmente merecesse ser tratada, e provavelmente todas as suas ofensas façam realmente sentido, ainda mais agora que as trevas da nossa relação diminuíram com a nossa separação.

Talvez seja impossível te esquecer, já que você está em todas as coisas que alegram os meus dias monótonos e sombrios, e o seu sorriso está em todas as minhas lembranças daqueles dias ensolarados que estivemos ao lado de nossos amigos, vivenciando somente coisas boas.

Talvez seja tão difícil te arrancar do pensamento, pois todas as lembranças boas que tenho foram vividas ao seu lado e sem você só tenho páginas vazias e dias nublados pra recordar.

Talvez seja tão difícil te esquecer repentinamente, porque as mais lindas canções de amor parecem sussurrar em versos as sensações que carrego na alma, e às vezes, chego a pensar que a canção fala exclusivamente de você quando o cantor declara todo o seu amor contido.

Talvez seja tão sofrido te esquecer, porque te vejo em tudo que há ao meu redor; as curvas da estrada, os plátanos de outono, a fragrância das flores, um outro calor (humano) no inverno, e todas as outras coisas cotidianas que só faz sentido se você estiver por perto pra enxergar beleza nisso tudo, e aliás, você continua fazendo parte dos meus sonhos e das minhas lembranças, mesmo que atualmente tenha que ser de forma ilusória, pois nossos caminhos estão seguindo rumos diferentes, mas mesmo assim quero ter você por perto, apesar de você estar tão distante do nosso "Ex Amor Eterno", mas que eu ainda carrego comigo.


(RICHAR CONCEIÇÃO)








terça-feira, 9 de agosto de 2011

ROSAS COLOMBIANAS


Vasculhei por todos os cantos da cidade as mais belas rosas, vermelhas e delicadas, para te dar nesse dia em que você completa mais um ano de vida. As rosas tinham que ser como a aniversariante; alegre, linda, delicada e além disso, representar da forma mais singela todo o amor que sinto.
Escolhi uma dezena de rosas colombianas, que eram as mais belas de toda a floricultura e fiquei pensando em como você reagiria ao recebê-las. Fiquei pensando no que você poderia pensar segundos antes de abrir aquele cartãozinho discreto, que coloquei entre as rosas.
Será que vai pensar primeiramente em mim ou ficará um leve descontentamento ao imaginar que seria outro remetente? Será que seu semblante ficará rosado e seus lábios esboçarão um sorriso de alegria, ou será que seu semblante ficará rosado de vergonha e o seu sorriso será de escárnio? Será que você estará em casa quando as rosas chegarem? E se por acaso você não estiver, o que sentirá ao ver aquelas rosas repletas de decorações esperando ansiosamente pela sua chegada? Enfim, isso eu nunca irei saber com exatidão, assim como nunca saberei a medida certa, do amor que passei a sentir por você, desde o dia que te vi pela primeira vez.
As rosas que te envio, são mais uma tentativa de traduzir em gestos tudo aquilo que as palavras já não dizem, pois chega uma hora que dizer: "eu te amo", é pouco, perto de tudo que sinto por você. Sinto como se todo o tempo do mundo fosse pouco pra ficar ao teu lado, pois quanto mais eu te vejo mais eu te quero, e quanto mais eu te quero mais eu te sinto distante.
Tenho certeza, que tão cedo, você não esquecerá do seu décimo oitavo aniversário quando eu (desvairado de amor) te enviei rosas vermelhas, e sei também que não sentirá por mim uma paixão repentina só porque usei uma forma antiga de declarar todo o meu amor. Mas isso não importa, não sentirei nenhum remorso por ter sido sincero ao dizer; que penso em você a todo instante, que conto as horas pra te ver, que te amo incondicionalmente mesmo sabendo que com o passar do tempo, as rosas ficarão murchas, desbotadas e você vai jogá-las fora, na mesma lata de lixo, que colocou todo amor que te dei.

(RICHAR CONCEIÇÃO)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

FELICIDADE INSTANTÂNEA


Nenhuma fase da nossa vida é mais inocente e marcante do que a infância, onde tudo parece ter um doce sabor, ao contrário do amargor que o passar dos anos coloca no nosso paladar.
Na minha infância e pré-adolescência, as coisas eram bem mais escassas, em todos os sentidos, mas mesmo assim eu me sentia mais tranquilo e feliz que nos dias de hoje. Lembro-me que para tomar um ônibus a gente precisava somente de 50 centavos pois tudo era mais barato, até mesmo a felicidade que eu sentia.
Meus colegas e eu, todos da mesma faixa etária (11, 12 anos) e mesma classe social (pobreza total), íamos para o colégio Frei Plácido, corríamos nos corredores para pegar um bom lugar no refeitório e quem sabe comer mais de uma vez a comida que a merendeira Dona Vera e Suelí faziam com tanto carinho. Lembro como se fosse ontem, meus colegas e eu comendo as frutas quentes da Av. Barão do Triunfo após a saída da aula. Tudo era motivo para brincadeira, até mesmo selar o tênis novo do colega, já que raramente tínhamos roupa nova para colocar.
Lembro como era especial as festas de São Cosmo e Damião, festa de dia das crianças, enfim, eu e todas as crianças pobres queríamos estar nas festas, e não importava se era numa Terreira de Umbanda ou na Igreja Nossa Senhora Aparecida, pois o lugar não interferia no sabor dos doces que a gente tanto queira comer. Natal, Páscoa e aniversário eram as datas mais importantes, chegávamos a contar os dias pois a ansiedade era imensa, como se algo grandioso estivesse por acontecer.
Sei que vou parecer minha avó falando mas, naquele tempo as coisas eram mais difíceis. Eu não conhecia ninguém que tivesse computador e pouquíssimas pessoas tinham celular e quando tinham era o famoso "tijolão". Quando o assunto era amor, também era mais difícil já que não se mandava torpedo, recado pelo orkut ou msn. Restava para os mais tímidos, apelar para as cartas de amor escrita a próprio punho intencionando um encontro amoroso com abraços tímidos e beijos quase que furtivos, porém, os romances eram mais reais do que virtuais.
Lembro do quanto os adultos me cobravam mais maturidade e nos dias de hoje eu me pergunto: O que ganhei me tornando uma pessoa madura? Não tenho tempo para mais nada a não ser trabalhar. Os meus colegas da época do colégio cada um seguiu seu rumo se enclausurando na vida adulta dotada de cobranças, e assim, a verdadeira felicidade que existia nos pequenos gestos de ternura e amizade, foi se perdendo ao longo do tempo.
Ao invés dessa felicidade instantânea tínhamos uma felicidade consistente, não percebíamos que a nossa miséria também era culpa do prefeito municipal que não pagava nossos pais, funcionários públicos. Na nossa inocência de criança achávamos que as pessoas que gostávamos ficariam para sempre junto conosco, mas com o passar do tempo a vida nos ensinou da forma mais dura que estávamos errados, e assim, chegamos a vida adulta de cara e sentimentos endurecidos.
O tempo passou, as merendeiras morreram, amigos se distanciaram e quando me olho no espelho vejo que meu semblante não é mais o mesmo, o sorriso não está mais tão presente no meu rosto e a barba está precisando ser refeita.
Olhando um velho album de fotografias, me bateu aquela vontade de reviver tudo; chamar os velhos amigos e convencê-los que tudo que nos cobram na infância (seriedade, maturidade) não serve de absolutamente nada sem a leveza que tínhamos naquela época, precisamos rir mais e esquecer o que os outros vão pensar da gente, senão daqui a alguns anos não teremos nem a felicidade instantânea, teremos somente uma tristeza amadurecida que sem a gente perceber nos matará lentamente.

(RICHAR CONCEIÇÃO)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

QUERIDOS AMIGOS


São eles que sorriem com o nosso sorriso, choram com as nossas tristezas e nos acompanham em quase todos os lugares que gostamos de ir, e com eles ao nosso lado nem notamos que o tempo passou.
São eles que acham graça das nossas besteiras e percebem que estamos com algum problema antes mesmo da gente dizer uma só palavra. São eles que com uma só palavra preferem nos magoar com a verdade do que nos iludir com uma mentira que irá nos prejudicar futuramente.
São eles que aparecem ao nosso lado nas fotos antigas e amareladas da nossa infância, antes mesmo de nós sabermos o sentido da palavra amigo.
São eles que entram sem bater, posam na nossa casa de vez em quando, abrem a porta da geladeira sem pedir e chamam a nossa mãe de mãe, apesar de nem serem da família.
São eles que vão para todos os lugares conosco, odeiam as mesmas pessoas que nós, e se metem em encrencas junto com a gente sem haver a necessidade de pedirmos, mas tudo isso para não nos deixar sozinhos na pior.
São eles que escutam os nossos reclames medíocres e alegrias fúteis com a compreensão que a maioria das outras pessoas ao nosso redor não sabem ter.
São eles que nos aceitam como verdadeiramente somos: acima ou abaixo do peso, com as notas baixas no boletim, de mal com a vida, usando a mesma velha e desbotada roupa de sempre.
São eles que nos acompanham nas piores horas; a hora de velar e sepultar um ente querido. São eles que nos emprestam o ombro para chorarmos compulsivamente diante do caixão dos nossos pais, irmãos ou até mesmo de um outro amigo que desencarnou sem dizer adeus. São eles que nos acompanham nessa triste jornada e mesmo sem dizer uma só palavra nos ajudam a suportar essa dor.
São eles que queremos ter ao nosso lado na nossa festa de formatura, casamento, batizado e principalmente quando chegar a velhice e nós sentirmos saudade dos filhos e netos, que já adultos, seguem o próprio rumo distante de nós. E quando a gente se sentir triste e desamparado, olharemos para o nosso lado e lá estão eles; os nossos queridos e velhos amigos.

(RICHAR CONCEIÇÃO)


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

JÁ QUE EU VOU MORRER


Já que um dia eu vou mesmo morrer
Vou dizer tudo que sempre quis te falar
Serei bem franco no que vou te dizer
Pois eu te amo e não sei me calar

Já que um dia eu vou mesmo morrer
Então eu quero morrer nos teus braços
Pois eu só sinto prazer em viver
Quando ganho os seus beijos e abraços

Já que um dia eu vou mesmo morrer
E esse romance sem fim vai acabar
Eu esperarei no Paraíso por você
E a nossa chama da paixão reacenderá.

(RICHAR CONCEIÇÃO)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

ANDRESSA OU VANESSA?

Por Vanessa
Minha paixão é intensa
Por Andressa
Meu amor é profundo
Minha paixão
Tem um nome; Vanessa
Já Andressa
É o amor, é o meu mundo

A Andressa
Me traz alegria
Já Vanessa
Me desperta o desejo
A Andressa
Me fala: bom dia
E Vanessa
Me cala com um beijo

Por Andressa
Eu sinto amor
Por Vanessa
Eu sinto paixão
A Andressa
Jamais disse sim
Já Vanessa
Jamais disse não

A Vanessa
Me traz felicidade
Já Andressa
Me traz contentamento
A Vanessa
Vive na minha realidade
E Andressa
Nunca sai do pensamento.

(RICHAR CONCEIÇÃO)