quinta-feira, 19 de maio de 2011

QUERIDOS AMIGOS


São eles que sorriem com o nosso sorriso, choram com as nossas tristezas e nos acompanham em quase todos os lugares que gostamos de ir, e com eles ao nosso lado nem notamos que o tempo passou.
São eles que acham graça das nossas besteiras e percebem que estamos com algum problema antes mesmo da gente dizer uma só palavra. São eles que com uma só palavra preferem nos magoar com a verdade do que nos iludir com uma mentira que irá nos prejudicar futuramente.
São eles que aparecem ao nosso lado nas fotos antigas e amareladas da nossa infância, antes mesmo de nós sabermos o sentido da palavra amigo.
São eles que entram sem bater, posam na nossa casa de vez em quando, abrem a porta da geladeira sem pedir e chamam a nossa mãe de mãe, apesar de nem serem da família.
São eles que vão para todos os lugares conosco, odeiam as mesmas pessoas que nós, e se metem em encrencas junto com a gente sem haver a necessidade de pedirmos, mas tudo isso para não nos deixar sozinhos na pior.
São eles que escutam os nossos reclames medíocres e alegrias fúteis com a compreensão que a maioria das outras pessoas ao nosso redor não sabem ter.
São eles que nos aceitam como verdadeiramente somos: acima ou abaixo do peso, com as notas baixas no boletim, de mal com a vida, usando a mesma velha e desbotada roupa de sempre.
São eles que nos acompanham nas piores horas; a hora de velar e sepultar um ente querido. São eles que nos emprestam o ombro para chorarmos compulsivamente diante do caixão dos nossos pais, irmãos ou até mesmo de um outro amigo que desencarnou sem dizer adeus. São eles que nos acompanham nessa triste jornada e mesmo sem dizer uma só palavra nos ajudam a suportar essa dor.
São eles que queremos ter ao nosso lado na nossa festa de formatura, casamento, batizado e principalmente quando chegar a velhice e nós sentirmos saudade dos filhos e netos, que já adultos, seguem o próprio rumo distante de nós. E quando a gente se sentir triste e desamparado, olharemos para o nosso lado e lá estão eles; os nossos queridos e velhos amigos.

(RICHAR CONCEIÇÃO)